# Últimos tempos

Há já algum tempo, que não escrevia... Não só por falta de tempo mas também porque as condições físicas não eram as melhores!
Início de Maio com uma viagem a Barcelona, com a farmácia ambulante na bagagem, devido a uma infecção na garganta. Não ia abdicar da viagem por causa disso!
Após regressar a Portugal e durante uma viagem de lazer até Coimbra, o bichinho de concretizar o sonho da minha falecida mãe... Uma peregrinação a Fátima!
E assim foi... No dia seguinte, com boleia até ao Pombal (pois já não havia, tempo para fazer o percurso todo) e aqui vou eu!
Sozinho mas ao mesmo tempo acompanhado. Uma experiência única que não se explica, sente-se! 
Também foi uma forma de testar a minha resistência, para fazer o caminho português de Santiago de Compostela em Junho. 
A 20 de Junho, logo pela manhã (6h00) salto da cama, mochila às costas e lá vou eu... tentar realizar um sonho e desafio há muito desejado.
Foi um dia de muito calor, suor, sobe e desce e no final do dia, a chegada ao albergue foi uma sensação de alívio, vitória por uma etapa estar concluída!
Pés cansados e esfolados, com um pico de febre após o jantar no único café aberto da vila.
A tudo isto, juntou-se as dores musculares e a maldita dor misteriosa do joelho! 
No dia seguinte, as melhoras eram poucas o que me obrigou mais uma vez, a guardar este sonho na gaveta com muita frustração e tristeza! 
O mês de Junho estava praticamente no fim, quando o meu organismo começou a dar sinais de que algo não estava bem... e não estava mesmo!
O meu verão estava arruinado... Praticamente que não saia de casa, devido ao mau estar que sentia. 
O meu verão, ficou resumido a 2 dias de praia em Aveiro e 2 idas à piscina. 
Após várias idas ao médico de família e às urgências, exames e várias medicações à mistura, eis que me decidem internar para exames mais específicos.
Dias de nostalgia, dieta pobre em fibras, visitas pouco desejadas assim como comentários irritantes...
E cabuuum! Isolamento durante uma semana inteirinha devido a uma bactéria contagiosa, que se multiplicou no meu intestino.
Como não podia sair do quarto, dormia! Dormia para o tempo passar, para não pensar demasiado e não entrar em ansiedade, pois não poder sair do quarto para por exemplo, ouvir os sons da rua era uma sensação horrível de frustração!
Um sofrimento, que não se consegue explicar mas que se consegue sentir...
As visitas, nem todas... Era das poucas coisas que me alegrava. Ao mesmo tempo entristecia-me, pois eram obrigadas a usar uma bata azul descartável e luvas de látex. 
Sei que era para a segurança de todos, mas ao mesmo tempo era algo que fazia sentir diferente!
As refeições, essas eram trazidas pelos auxiliares ou enfermeiros e no final, na recolha do tabuleiro colocavam-no no interior de um saco enorme de plástico sempre bem fechado. 
As chamadas e mensagens, também ajudavam a passar o tempo mas não era a mesma coisa... não havia aquele calor humano que precisava.
Sentia-me muitas vezes só, neste quarto frio e silencioso com a companhia de uma velha televisão cinzenta.
Finalmente, já não estou em isolamento! Agora conto os dias para receber alta hospitalar, voltar para casa e esquecer... 












Comentários

  1. A tua frontalidade, que expressa uma realidade, é de se tirar o chapéu: "visitas pouco desejadas assim como comentários irritantes..."
    Quando tudo acontece e as viagens físicas não são possíveis lembra-te que existe sempre "a viagem interior". Fica bem :)

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